Dia da mulher: a mulher e as finanças

É reconhecido ao redor do mundo que a quantidade de mulheres no ramo financeiro, em média, é bem menor que a quantidade de homens.Não se sabe exatamente o motivo, mas há muitos que concordam ser algo cultural, visto que as mulheres são incentivadas a ocuparem cargos de assistência, cuidado e criatividade, enquanto os homens se responsabilizam pelas finanças e afins.

Há exatamente 1 ano, no dia da mulher, a revista Exame publicou uma matéria apontando as 20 mulheres mais ricas do mundo de acordo com a Forbes. Infelizmente, a grande maioria das fortunas eram derivadas de herança, como no caso das filhas herdeiras da empresa Walmart, ou de participações em empresas fundadas ou conduzidas pelo pai, irmão ou marido.

Já entre os homens mais ricos do mundo, a situação é diferente, tendo os fundadores de suas próprias empresas ocupando as primeiras posições desse ranking, como Jeff Bezos, fundador da Amazon.

Mas isso não significa de forma alguma que as mulheres não possuem a capacidade necessária para construírem seu próprio império ou ocuparem posições de liderança. Na verdade, é um sinal de que elas ainda têm um território gigantesco para conhecer e ocupar no mercado de trabalho.

Mudança no mercado

O que se tem observado atualmente é uma mudança nessa proporção, com o aumento de mulheres se interessando por atividades que são majoritariamente ocupadas por homens, dentre elas, atividades relacionadas a finanças e investimentos.

Isso é derivado de uma grande entrada da mulher no mercado de trabalho como um todo desde a década de 70.

O que foi fundamental para a sua maior independência financeira e mudança de estilo de vida, como a opção por se casar mais tarde, ou mesmo ter filhos também mais tarde, já que a partir da invenção da pílula anticoncepcional isso passou a ser possível. O que mudou principalmente foram os desejos e ambições das mulheres: elas queriam, e querem mais.

Neste ano de 2019, a revista Valor publicou matéria interessante sobre o aumento de mulheres assumindo comando de gestoras, anunciando a contratação de uma mulher como executiva-chefe da maior gestora de recursos do Reino Unido.

No ano de 2018, a General Motors (GM) se tornou a primeira grande companhia automobilística – ramo tradicionalmente “dos homens” – a ter o cargo de CEO ocupado por uma mulher.

Neste ano de 2019, Kylie Jenner, uma influencer americana, chegou ao seu U$1 bilhão de dólares como patrimônio com apenas 21 anos, sendo a bilionária mais jovem da história. Sua empresa, Kylie Cosmetics, é avaliada em torno de U$900 milhões, fundada por Kylie, única acionista, com sua mãe ao lado cuidando da gestão financeira.

Enfim, alguma coisa parece diferente, certo?

Ela ainda não está entre as 20 mulheres mais ricas do mundo, mas as novas gerações parecem estar progredindo nesse sentido.

As mulheres investidoras no Brasil

No Brasil, o número de mulheres investidoras na bolsa de valores também tem crescido a cada ano e segundo relatório da B3 em 28/09/2018 são 166.514 mil mulheres.

Além disso, o entendimento de que uma mulher pode cuidar das suas finanças sem depender do marido ou de uma figura masculina parece estar se alastrando.

Hoje, é absolutamente fundamental para a mulher que ela possa pagar suas próprias contas, principalmente com o advento da “mãe solteira”, que tem a necessidade de gerir sua vida e a do filho sozinha, e que é muito mais comum e aceito atualmente. A mulher é a cada dia mais capaz de viver sem depender absolutamente de um homem.

Um exemplo interessante no Brasil é o caso da co-fundadora da rede Magazine Luiza, Luiza Trajano Donato, e de sua sobrinha, Luíza Helena Trajano, que pegou a dianteira da empresa e prolongou o crescimento da rede varejista. Hoje a companhia é avaliada em torno de 31 bilhões de reais.

É claro, são contextos diferentes em países diferentes, e os homens ainda ocupam as posições mais altas nos rankings, os cargos mais altos e os salários mais altos, mas a mudança, apesar de lenta, é perceptível.

Mensagem para o dia da mulher
A mensagem para este dia da mulher é que essa mudança é tendência mundial, e que ela traz grandes ganhos para a sociedade e para o mundo dos negócios. A entrada da mulher no mercado financeiro como protagonista é um ganho, não uma ameaça, assim como sua independência e empoderamento.

É importante para o Brasil e o mundo que elas tenham acesso à educação financeira e sejam incentivadas e serem tratadas igualmente, para que elas contribuam cada vez mais, e isso envolve poder fazer e saber fazer aquilo que ela não era encarregada de fazer antes.

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